Teste a tradução de 25 termos considerados estrangeirismos
O principal argumento do deputado Raul Carrion, ao defender seu projeto de lei contra o uso de estrangeirismos, é rechaçado pelo gramático Claudio Moreno. O parlamentar afirma que a lei se faz necessária para proteger o idioma e evitar a subjugação do português ao inglês. Já o professor alega que a língua não desaparecerá pela incorporação de palavras de origem estrangeira.
— A língua portuguesa não precisa de defesa — garante o professor.
Segundo Moreno, o uso de palavras consideradas estrangeirismos — termo com o qual ele não concorda — tem relação com a influência que toda língua pode sofrer. Para o professor, um projeto como este fere o direito de livre expressão do cidadão.
— Muitos termos em inglês são utilizados como forma de comunicação entre públicos específicos — disse ele, citando áreas como a publicidade e a moda.
Claudio Moreno também ressalta que existem inúmeras palavras estrangeiras que não têm um termo correspondente em português. E faz um desafio:
— Experimente viver sem termos como outdoor, chip, modem, on line, sundae, zoom? Não existe um termo, em português, que possa traduzir o real sentido que damos hoje a essas palavras — explica.
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O que prevê o projeto aprovado
Institui a obrigatoriedade da tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, em todo documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação por meio da palavra escrita sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente.
Em casos excepcionais, em que não houver na língua portuguesa palavra ou expressão equivalente, o significado ou tradução da palavra ou expressão estrangeira deverá estar escrito. A tradução deve ser do mesmo tamanho que as palavras em outro idioma expostas no texto.
Todos os órgãos, instituições, empresas e fundações públicas deverão priorizar na redação de seus documentos oficiais, sítios virtuais, materiais de propaganda e publicidade a utilização da língua portuguesa
O que precisa para entrar em vigor
Para entrar em vigor, o projeto de lei aprovado precisa ser sancionado pelo governador Tarso Genro. Após a sanção, o poder Executivo terá de regulamentar a fiscalização da lei e instituir sanções a quem descumpri-la.
Resta ainda saber qual será a base de dados para a fiscalização, já que muitos termos, como internet e mouse, já foram incluídos em dicionários, como o Aurélio, na forma que se apresentam no idioma de origem.